terça-feira, 18 de dezembro de 2012

Um pouco do "Samuka" *



     Como vocês já sabem, a Revista Vick Almeida – Criança, além de trazer imagens de bebês e crianças, procura presentear seu público com histórias que possam, de alguma forma, deixar um sorriso no rosto de cada leitor, e, na alma, a alegria de ser criança, ou de ter a oportunidade simplesmente de conviver com esses seres humanos incríveis que elas são.
     Nessa edição escolhemos uma história muito especial para contar a vocês. É a história de Samuel Menezes Trennephol, um menino lindo, de 12 anos de idade, filho de Rosane Neto de Menezes e Rui Carlos Trennephol, que me foi contada por sua mãe, Rosane, numa bonita manhã de terça-feira.
     Rosane tem um sorriso doce, um olhar sereno, e todas as demais características de uma pessoa que parece ser bastante tranquila, de felicidade sutil, porém plena. Ela mesma me garantiu, contudo, que não seria a pessoa que é hoje, se não fosse o Samuel, ou “Samuka”, como consta em seu perfil no facebook. Aliás, quando ela fala do Samuel, seu rosto se transforma completamente. A alegria é estonteante!
     Em nossa conversa, Rosane me relatou que a partir dos 04 meses de vida do Samuel, a família percebeu que ele era diferente das outras crianças. Não possuía a mesma firmeza dos outros bebês. Após muita investigação, o diagnóstico, aos 07 meses de idade: paralisia cerebral, decorrente de uma má formação durante a gestação.
     Rosane não escondeu a dificuldade, principalmente nos primeiros meses após a descoberta da doença de Samuel. Confessou ter ficado “sem chão”, e que tinha vezes que queria mesmo era “acordar” daquele sofrimento, pois não sabia se estava preparada para enfrentar o que viria pela frente.
     Quando a questionei sobre onde buscou forças para enfrentar a situação, mais uma prova de sua simplicidade e confiança: “Fui deixando as coisas acontecerem...” Rosane, Rui e Samuel deram espaço para a vida acontecer, para que ela se manifestasse ao seu tempo e da forma que bem entendesse, sem permitir que lhes fosse suprimido o tesouro da esperança e da fé.
     E a vida aconteceu! Não se deixaram desanimar diante da opinião de alguns médicos, bastante pessimistas, pelo contrario, buscaram outros profissionais que, assim como eles, ACREDITASSEM no Samuel.
     Por isso o que mais me impressionou em seu relato e na experiência de vida dessa família foi a força e esperança com que enfrentaram os desafios. A família não fez de sua história uma obra dramática e tampouco uma história de super-heróis, mas simplesmente uma história, como tantas outras que encontramos vida afora. Apesar disso, não posso deixar de mencionar a capacidade de superação de cada um dos envolvidos, principalmente do Samuel, que parece sempre surpreender!
     Rosane foi bem clara ao dizer que uma experiência como essa muda a vida de uma pessoa: “Passei a dar valor a coisas que antes não dava, e também dar menos valor à outras que não tinham tanta importância.”
     Samuel hoje é uma criança que está no sexto ano do ensino fundamental no colégio Missões, que convive muito bem com as outras crianças, é aceito e acolhido por elas, pois, nas palavras de Rosane, “A criança não tem o preconceito que o adulto tem!” Beirando a pré-adolescência, tem seus próprios interesses, gostos e sonhos. Adora inglês e computadores, e, segundo suas professoras, poderia ser o primeiro da classe se gostasse mesmo de estudar!
     Já quis ser jogador de futebol, locutor de rádio para narrar as partidas de maneira emocionante, e está sempre em mutação, como toda criança e adolescente. Aqui, um diferencial em sua educação: nunca lhe foi dito que ele não poderia realizar os seus sonhos (!!!). Fica acordado até tarde, acompanhando o programa “Ídolos” com a família, e no outro dia também tem dificuldade de acordar (alguma semelhança?!). Gosta de jogos de computador e de humor no facebook. Já fez até um site na internet, com a ajuda de aulas práticas publicadas no site do you tube. Samuel é igual a qualquer ser humano, porém diferente, como todos nós somos!
     Tem um melhor amigo que se chama Alan, que sempre o visita e adora estar em sua companhia. Rosane manifestou especial estima e gratidão ao Alan, pois enquanto poderia estar correndo, brincando, jogando futebol, ele deu jeito de viver suas afinidades com seu amigo Samuel, dentro das suas possibilidades. “É uma amizade muito verdadeira!” Lições de altruísmo em plena infância!
     Com o passar dos minutos no relógio, quanto mais a conversa fluía, mais crescia em mim a vontade de conhecê-lo. Já podia imaginar como ele era... Uma criança otimista, doce, e imensamente forte em suas fragilidades.
    Quando fomos ao seu encontro, a primeira coisa que vi foram as suas dificuldades. Mas preciso ponderar, ele é mais bonito do que eu poderia imaginar! Samuel é cadeirante e tem dificuldade na fala, mas se comunica de muitas formas (utiliza um computador em sala de aula para comunicar-se e aprender). Ele sorriu e foi o meu coração que se alegrou. Prontamente agradeci em pensamento por ter tido a oportunidade de conhecer o Samuel para além de suas limitações. Já sabia de suas superações e quantas batalhas havia vencido.
     A imagem, aparentemente frágil, transformou-se, como que em um piscar de olhos, em uma fortaleza de força de vontade e coragem! Logo me pus a imaginar quantas histórias como a dele não haviam naquele lugar. Samuel estava na Escola de Educação Especial Raio de Sol – APAE de Santo Ângelo, onde realiza diversas atividades, como terapia ocupacional, fonoaudiologia e fisioterapia.
     Foi o suficiente para mudar não apenas o meu dia, mas todo o meu viver, com toda certeza. Simplesmente porque me deixei cativar e abri o meu coração para o diferente! Enxerguei minhas próprias dificuldades, que muitas vezes me paralisaram muito mais do que impediram a minha capacidade de locomoção, e recordei da dificuldade que tive em superá-las. Agradeci mais uma vez, pois conhecer o Samuel foi uma oportunidade única de reconhecer no ser humano a sua capacidade de transcender a dor e transformar todas as coisas em amor.
     Tudo isso me remeteu a uma frase que li a poucos dias: “Pessoas são como livros. Precisam ser lidas. Não pare nas capas. Há muitas riquezas escondidas em capas não atraentes.” (Padre Fábio de Melo)
     Foi ao contemplar o outro, que pude enxergar também os meus problemas e minhas vitórias diárias na luta pelo que definimos VIDA. O Samuel não coleciona troféus, mas um número incontável de superações, cujo prêmio não estampa estantes empoeiradas, mas traz alegria para inúmeros corações e, livros como esse, definitivamente, valem a pena serem lidos!

* Texto publicado na segunda edição da Revista - Vick Almeida Crianças, lançada no último dia 17/12/2012. Disponível no estúdio fotográfico Vick Almeida, na Marechal Floriano Peixoto, nº 922 - Santo Ângelo/RS. FOTOS: Vick Almeida (www.olhardavick.blogspot.com.br).


Agradeço com um carinho muito especial ao Rui, Rosane e Samuel, pela confiança, pelos ensinamentos de amor e pela doce presença no lançamento da Revista. Espero que tenham gostado! É difícil colocar em palavras o amor que vi em vocês! Que Deus os abençoe!

terça-feira, 27 de novembro de 2012

Escritos sobre fé... *

    Ainda me recordo do tempo em que adentrava em uma igreja e o coração apertava. Não compreendia muito bem a sensação, mas enquanto ainda não havia reencontrado a minha fé, o sentimento era o mesmo: de estar entrando na casa de um estranho, um completo desconhecido.
    Esse “desconhecido” aos poucos foi se aproximando, e eu passei a ter a impressão de que já o conhecia de algum lugar. Com a intimidade, passei a frequentar mais a sua casa, e a certeza de que Ele sempre esteve comigo foi crescendo cada vez mais... Até que O reconheci em muitas de minhas lembranças de quando era criança.
    Lembro perfeitamente de nossa primeira conversa. Foi quando eu tinha aproximadamente 2 anos e meio de idade – talvez essa seja a primeira de minhas lembranças concretas, inclusive. Fui presenteada com um filhote de pastor alemão, ainda muito pequeno, que foi atacado por uma cadelinha um tanto braba que tínhamos na época. Os ferimentos eram profundos. Fiquei preocupada e chorei bastante, até que eu e minha irmã o colocamos sobre uma mesa, dobramos os joelhos, e começamos a rezar! E essa recordação é um de meus tesouros mais preciosos. A impressão que tenho, e prefiro guardá-la assim, como um milagre, é de que, quando abri os olhos, ele estava completamente curado. Tanto que logo voltamos a brincar com ele.
    A fé age mais ou menos assim. Essa palavrinha pequena tem valor tão profundo que não há como descrevê-la! Dizem que ela pode até transportar montanhas. É como uma brisa suave, que não tocamos e tampouco vemos, podemos apenas sentir! Trata-se de um mistério que não cabe a nós compreender, ela não carece de cientificidade, apenas um coração aberto onde possa repousar.
    É uma decisão diária de seguir um caminho estreito, onde muitas vezes tropeçamos, nos desanimamos, mas, sobretudo, um caminho recompensado com a paz que vem do céu. Pode acontecer como uma Graça de Deus, que independe de nossos esforços, mas encontra passos seguros na prática de virtudes e preceitos preciosos! Mas como fazer desabrochar em nosso jardim flores que nos tragam a fragrância de Deus?
    A prática espiritual através da oração, meditação, contemplação ou devoção são o adubo desse solo que carregamos em nossos corações. As flores são os nossos pensamentos e palavras, atos e omissões. “Assim, toda árvore boa produz bons frutos; porém a árvore má produz frutos maus. Uma árvore boa não pode dar maus frutos; nem uma árvore má dar frutos bons.” (Mt. 7, 17-18)
Amor, bondade, inocência, simplicidade, humildade, confiança, alegria, compaixão, esforço, equanimidade, prudência, silêncio, misericórdia, verdade, perdão, são apenas algumas das flores que podemos cultivar, extirpando o mato do ódio, maldade, ignorância, arrogância, apego, tristeza, falsidade, infidelidade, ciúme, desconfiança, falta de atenção, impaciência, mentira e mágoa, para que o perfume de Deus possa se propagar e se fazer sentir em todas as nossas relações. Uma doce Senhora sempre me ajuda a cultivar minhas flores. Ela chama-se Maria, ou Nossa Senhora, cuja pureza sempre me inspira à cuidar de meu jardim com zelo e muito amor, afinal Seu Filho merece as mais belas flores. O exemplo de Maria de Nazaré é seguro caminho para a perfeição, com ela, certamente as flores hão de desabrochar em seu jardim. Basta querer, basta tentar!

Red Poppies at Argenteuil (Claude Monet)

* Texto publicado na coluna semanal de Kelly C. Meller, no Jornal O Mensageiro de 24 de novembro de 2012 (sábado).



segunda-feira, 19 de novembro de 2012

Ainda sobre crianças... e alegrias!


Queria ter encontrado meus álbuns de fotografia de quando era criança antes de começar essas linhas, a fim de recordar um pouquinho o sabor da infância. Infelizmente, não foi possível. Não os encontrei! Mas ao olhar para o mural que existe na parede, sobre a mesa onde escrevo essas palavras, pude reviver muitas coisas que, além de sabor, trouxeram também o aroma, a doçura e todo o resto.
No mural, fotos de algumas das crianças que enfeitam a minha vida, uma foto em que eu tinha mais ou menos 4 anos de idade e outras fotos minhas, já adulta, um tanto infantis, acompanhada de amigas e família. Mas não compreendam pejorativamente a expressão. São fotos em que, mesmo adulta, me permiti ser criança. As fotos mostram uma pessoa em torno dos seus 27 anos, brincando, vestindo um chapéu engraçado, fantasiada, e até de olhas e bigodes de coelho, na última páscoa. Em todas elas, o melhor de mim: meu lado criança. As fotos traduzem uma alegria que gostaria de carregar sempre comigo e que todos deveríamos resgatar diariamente.
Pois as coisas infantis não são tolas. Pelo contrário! A graça infantil corresponde àquilo que é pouco complicado, que é puro e fácil. E nada mais sábio do que isso! Não é à toa que Jesus nos ensina que devemos nos tornar como crianças para entraremos no Reino dos Céus.
Mas confesso que hoje, especialmente, ficou mais fácil escrever sobre isso, pois no final de semana que passou convivi com uma criança encantadora, que me deixou com muita ternura no coração. Por isso é que, assim como o texto, a alegria parece fluir em sorrisos largos, só de recordar. Não tinha comprado nenhum presente, nenhum brinquedo para ela... Não precisou! Algumas tiaras com anteninhas que encontrei em casa foram suficientes para divertí-la por um bom tempo... Mas o que ela gostou mesmo foi de pegar estrelinhas no céu para que pudéssemos brilhar, assim como as estrelas! Assim ela iluminou também o meu coração!
Ainda não tenho filhos, mas curto e compartilho os filhos de pessoas que fazem parte da minha vida – para além do facebook. Eles me trazem FELICIDADE. Sobre isso comentava com uma amiga: crianças são sorrisos de Deus em meio ao mundo, e, por isso, nos fazem sorrir. Aliás, cuidado! Se o seu coração não afrouxa diante do sorriso ou olhar de uma criança, é porque ele anda com mais nós apertados e sufocantes do que laços suavemente carinhosos...
Minha amiga também mencionou comigo que certo dia ela percebeu pessoas no trânsito, que antes estavam bastante sisudas, sorrindo com as brincadeiras de sua filha na calçada. Tantas lições a aprender... Se deixássemos cada pessoa com quem convivemos com a alegria com que nos proporciona uma criança, com certeza a vida seria mais fácil, a rotina mais leve e os dias mais doces. Aliás, minhas amigas me deixaram assim no sábado, foi ótimo! Não precisamos nada além de uma pizza, um brinde, em casa, de pés descalços, atiradas sobre um sofá! Assim que esse anjinho com quem convivi esse final de semana foi pegando no sono, enquanto acariciava a minha orelha de um lado, e da mãe dela de outro!
A fotografia, de certo modo, nos permite esse mesmo resgate. Faz com que nos recordemos de nossas experiências, que revivamos momentos mas, sobretudo – quando nos colocamos a contemplar aquelas imagens já amareladas –, nos faz lembrar que todo ser humano já foi uma criança cheia de esperanças, e que sabia, como em nenhuma outra fase de sua vida, ser FELIZ.
O adulto de hoje, ocupado demais com seus compromissos, quando criança, já interrompeu o gostoso soninho da manhã só para ver o episódio do pica-pau na televisão. A mãe de família não coloca açúcar na mamadeira do filho por diversas razões, mas gostava mesmo de seu leite bem docinho e achocolatado, se possível. O padre já soltou pipa e a madre já brincou de amarelinha. A professora já aprontou das suas, já trocou papel de carta. Minha irmã, por exemplo, adorava ser co-pilota de um helicóptero imaginário que, em verdade, não passava de uma árvore de sinamomo. Eu colocava todos meus ursinhos para dormir, os cobria, mas não dormia abraçada com nenhum! Contudo não resistia... Sussurrava baixinho no ouvido do meu "favorito" que gostaria muito de dormir abraçadinha com ele, mas que não o faria pois os outros poderiam ficar sentidos! 
Reencontrar a nossa criança interior, permitir-se brincar, rir, manter-se puro pode auxiliar no caminho... Nos deixarmos cativar pela ingenuidade dos sorrisos e a inocência dos olhares desses pequeninos, que em tantos aspectos são imensamente maiores do que nós, adultos, também!
Ah... Obrigada Lu, Jú e Rafinha pela noite de sábado maravilhosa!

quinta-feira, 15 de novembro de 2012

Be happy with the hapiness!

     Já faz algum tempo que não experimentava desejar felicidade para alguém com tanta profundidade! Independentemente dos efeitos colaterais que isso pudesse causar em meu próprio coração. Me recordo de ter sentido isso muitas vezes, mas algumas em especial...
     Lembro-me da vez em que me despedi de uma grande amiga no aeroporto de Porto Alegre, que embarcava para os Estados Unidos por tempo indeterminado. Ainda me recordo da dor que meu coração sentiu num misto de felicidade pela concretização de um sonho que há anos ela carregava consigo. Queria encontrar a foto que tiramos naquele dia, pois talvez traduzisse muito bem o momento. Olhos e nariz vermelhos e inchados de chorar, mas um grande sorriso no rosto!
     Sentimento parecido foi a gravidez de outra grande amiga, com quem dividi bons momentos de minha adolescência. Apesar de não convivermos muito, e eu ter visto a filha dela apenas uma vez, minha felicidade foi tão grande pela sua felicidade que é difícil traduzir em palavras. Ela ficou ainda mais bonita como mãe! Acompanho de longe, mas sempre me alegro com as alegrias que o sorriso da Rafa proporciona à ela e sua família, que também quero muito bem... Aliás... outras duas recentes notícias de gravidez também me causaram o mesmo sentimento! Nem sempre consigo dividir bons momentos com essas pessoas, mas compartilhei de sua felicidade com a notícia!
     E por falar em crianças, quantas alegrias me proporcionam os pequenos Valentina, Francesco, Léo, Alícia, Sofia, Shereen... Mas quanta saudade também! Posso dizer que distância que nos separa é diretamente proporcional ao amor que os tenho e a felicidade que trazem ao meu coração!
     E o que dizer da felicidade que senti quando minha melhor amiga encontrou o amor de verdade depois de algum tempo um tanto "desacreditada"? Ops, essa história, felizmente, serve para mais de uma amiga.  Amiga-irmã e amiga-colega de trabalho! O noivado daquela foi uma alegria só! Escutar e cantar algumas músicas que irão embalar o casamento então... Sem descrição! De outra parte, ver o sorriso de minha colega de trabalho também não tem preço. Tudo por conta do amor com que Deus a presenteou, que, por sinal, é mesmo um amor! Já não convivemos quanto convivíamos há tempos atrás, nossos amores tomam muito do nosso tempo, mas multiplicou-se a minha alegria pela alegria de cada uma delas.

     Felicidade é ver quem a gente ama FELIZ! É uma experiência de desapego tão grande que pode até causar certa estranheza. Quero mesmo é que hajam motivos para que aqueles que amo sejam FELIZES, se eu puder fazer parte disso, ótimo! Se compartilhar à distância, bom também! Se eu não tiver "nada a ver com o pastel", ficarei feliz da mesma forma! Assim quero ser! Poder me alegrar com a alegria dos que me cercam! Ser motivo de alegria para alguns deles, e nunca motivo de tristeza! Isso pois o mal que fazemos aos outros é o mal que fazemos ao nosso próprio coração! Lições diárias de aprendizado, na busca incessante por ser um pouquinho melhor... Feliz de quem, assim como eu, sempre tem alguém por perto para lhe recordar das lições do Mestre!
    Depois de um dia ruim, em que não consegui viver uma alegria especial na vida de alguém ainda mais especial, ficou essa lição marcada em meu coração: não vale à pena se não for para ser feliz, para tornar a vida um do outro mais feliz, o caminho menos árduo e o fardo mais leve... Por isso desejo FELICIDADE... assim como liberdade para ser feliz! Profunda e sinceramente. Enquanto pudermos cativar corações para a alegria, abrace! Se, contudo, contagiarmos para a infelicidade, subitamente se afaste! And be happy! =*)

"A alegria abre, a tristeza fecha o coração."
(São Francisco de Sales)

Simples assim!

quarta-feira, 7 de novembro de 2012

O que lhe cura...

    Essa semana estive com dor de garganta. Viajei a passeio na última quinta-feira à tarde, quando já dava indícios de que alguma coisa não estava muito bem. Sexta-feira tive febre e a garganta já estava "tinindo". Fui ao médico. Queria curar depressa para poder aproveitar o final de semana, brincar com a minha sobrinha, resgatar a disposição. Medicada, dormi o dia inteiro.
    Algumas vezes, durante o dia, me recolhia ao meu quarto, colocava as mãos sobre as minhas dores, fazia minha oração e entregava tudo para a Mãezinha do Céu! Aos poucos fui compreendendo um pouco melhor a inflamação. Desde pequena tenho crises de garganta. E justamente por isso, me questionava... "o que tem a curar por aqui???"
    O final de semana podia passar, eu poderia curtir a companhia da família com mais serenidade e em maior tranquilidade. Respeitar minha indisposição, afinal, um feriado precedeu o final de semana, eu teria tempo suficiente para me recuperar, aproveitando da forma que fosse possível.
    Retornando à cidade e aos meus compromissos diários parecia me faltar tempo para ficar "doente". As razões eram outras, mas eu precisava ficar boa! Resgatar a disposição, que, neste caso, seria bem mais difícil, pois disposição para brincar é mais fácil de se encontrar do que disposição para trabalhar quando estamos nos sentindo assim. Continuei com o medicamento (não se pode interromper o tratamento com antibióticos pois o organismo pode pegar resistência), mas não me sentia melhor. Aliás, nem sinais de melhora eu via. Com mais profundidade eu entreguei para Nossa Senhora. Sentei-me diante dela, fiz minhas orações, e novamente utilizei desse poderoso instrumento que Deus nos concedeu: nossas mãos.
    A correria das horas do dia e a emergência em me recuperar para cumprir com minhas obrigações contrastavam com a necessidade de silêncio para uma profunda experiência com Deus e de paciência para respeitar o tempo necessário para a compreensão da minha dor e para minha cura. O esforço era tremendo. Já havia chorado de dor, reclamado um pouco, rezado um tanto... Até voltei até a comer miojo, pois facilitava a ingestão.
    Segunda-feira o dia foi longo, terça bastante corrido e na quarta-feira (hoje) a dor de garganta ainda não havia passado, mesmo sob tratamento com antibióticos há 5 dias. Para completar, uma forte alergia cobriu todo o meu rosto. Começou ao meio dia de hoje, e à tardinha nem pancake somado a um pó compacto resolveria a situação!
    Sei que fui parar no pronto-atendimento do Hospital Santo Ângelo às 17 horas. Fui a primeira a chegar. Depois de mim, começou um tumulto tão grande de pessoas chegando que não parecia o mesmo hospital. Idosos, crianças acompanhadas de mães zelosas e preocupadas, homens, mulheres, de todas as idades. Deram entrada no hospital, inclusive, vítimas de um acidente de trânsito, vindo de São Borja. A maioria, ao que me pareceu, era de Caxias do Sul.
    No hospital, agora eles tem um procedimento que eles chamam de "acolhimento" (nome que já nos faz sentir mesmo "acolhidos").
    No acolhimento, primeiramente, uma técnica em enfermagem verifica seus sinais vitais, pressão e temperatura. A moça que me atendeu hoje era muito simpática, e antes de qualquer procedimento se apresentou com um bonito sorriso. Seguindo o "acolhimento" aguardamos nossa chamada em uma salinha, para, então, passarmos por uma entrevista com uma enfermeira, que pergunta sobre o que estamos sentindo e nos "cataloga" por cores, dependendo da gravidade da situação. Ela colocou em meu pulso uma pulseirinha azul, como aquelas que colocam na balada para quem é "VIP", que, obviamente, correspondia à menos urgente das situações.
    Foram 3 horas de espera. Para minha felicidade, a mesma Senhora, com quem já havia conversado em meu quarto, me acompanhava em minha carteira: Nossa Senhora de Schoënstatt.
    Olhando para Ela, em meio àquela situação, me pus a rezar. Tive a oportunidade de sorrir para algumas pessoas que estavam cabisbaixas, brincar com uma criança que esperava, para passar o tempo, ouvir com atenção uma senhora com reumatismo, artrite e artrose, conversar com a mãe de uma ex-catequizanda, e até cuidar as bolsas de uma mulher bastante preocupada que estava acompanhando as pessoas que sofreram o acidente de carro indo para São Borja.
    Confesso que me senti encabulada por estar naquele lugar, esperando atendimento, com tantas coisas mais graves do que uma dor de garganta agravada por uma forte alergia. Esperei até as 20 horas, mas queria mesmo era ser a última a ser atendida. Quando eu entrei no consultório ainda haviam crianças e idosos esperando e tudo parecia mais grave do que eu estava sentindo.
    Não contive a emoção. Entrei para falar com o médico e comecei a chorar. Tive que respirar para conter a emoção. Justifiquei com a dor de garganta e a alergia, mas eram também tantas outras coisas, tantas outras dores, que não somente minhas... Foi a minha cura!
    Ter ajudado, ainda que de maneira muito singela cada pessoa que dividiu aquela sala de hospital ao meu lado, com um sorriso, um olhar... Foi assim que pude, verdadeiramente, ENTREGAR minhas dores à Nossa Senhora. E perceber, ainda, as mesmas pessoas para quem eu sorria me ajudando da mesma forma, foi especial! Entreguei, então, a dor de cada uma daquelas pessoas que estavam no hospital à Ela! A emoção continuou a fluir mesmo depois de ter deixado o hospital, com mais medicamentos, agora para tratar também a alergia e um atestado de 04 dias! Tantas curas que em nada tinham a ver com a minha dor física... Por isso resolvi vir aqui... dividir com vocês!
    Para que possamos ser GRATOS pela vida, pela nossa saúde e bem estar. Para que não percamos nunca a capacidade de nos sensibilizarmos com as dores humanas. Para que possamos ajudar uns aos outros nos momentos de dificuldade. Para que possamos almejar ser pessoas melhores. E para que nunca nos falte a fé! Pois mesmo quando ninguém é por nós, tem alguém, lá em cima, que em momento algum tira seus olhos de mim, e nem de você! Facilita nós O ajudarmos e também olharmos uns pelos outros...
    Para completar a história, acabo de receber uma ligação. E após um breve relato dos fatos uma pergunta intrigante, cuja resposta foi ainda mais intrigante... "P: Como você está se sentindo? R: Bem! Agora... Bem! Graças à Deus."

Quero deixar o meu abraço à todos os profissionais da área da saúde, ou que trabalham em serviços administrativos em hospitais ou consultórios. Muito obrigada pelo trabalho de cada um de vocês. Mas, principalmente, pela atenção e alegria com que nos recebem! =*)

domingo, 4 de novembro de 2012

Sobre amor e geometria...

    Ontem fiquei impressionada com algo com que me deparei... Pode parecer futilidade, mas serve bem escrever sobre isso com sobriedade! Percebi que em praticamente todas as novelas da globo o enredo gira em torno não de um casal, mas de um triângulo amoroso! Tudo bem que há quem diga que toda forma de amor vale à pena, mas na forma de um triângulo, eu, particularmente, acho que não vale não.
    Me perdoem a falta de informação, não saberei dizer o nome dos personagens envolvidos em cada trama, mas sei que desde malhação, até o horário nobre têm triângulo amoroso, ah... isso TÊM!
    Mas quem nessa vida já não fez algo do que se envergonhe? Poderia chamar de arrependimento, se bons frutos não tivessem vingado desses passos em falso! Afinal... quanto aprendizado! Porém quando a gente recobre a responsabilidade pelo próximo, esse fardo fica muito pesado. Digo isso pois já me envolvi em triângulo amoroso sabendo dessa "condição", e até hoje não sei qual foi a extensão do dano no coração de cada um dos envolvidos, e vendo por este lado, me arrependo sim!
    Tudo isso pois uma coisa me parece certa: alguém sempre sai machucado! Ainda assim, há quem se deixe envolver, há também quem deixa que consigo se envolva, e há também quem goste de um rebuliço, como diria um bom gaúcho!
    É fácil escorregar em gentilezas que acabem por angularizar um triângulo perfeito! Afinal... Homens e mulheres parecem ser universos tão diferentes... Cada ser humano o é! Quanto mais de gêneros diferentes! Os homens não compreendem muito bem a simpatia que nos é característica, confundem bastante. Já as mulheres, não são acostumadas com homens muito gentis, o que também gera confusão a qualquer sinal de cavalheirismo. Acho que não há medida recomendável para essas "simpatias" e "cavalheirismos", ao mesmo tempo que acredito que um mundo mais gentil e amoroso seria uma grande evolução, caso não houvesse malícia ou maldade que manchassem as boas ações!
    Estou em um relacionamento sério já há algum tempo, e procuro me portar com discrição com relação à outras pessoas. Tento dosar o bom tratamento com o respeito que tenho pelo meu companheiro. Mas isso após uma profunda conversão de VALORES. Simplesmente porque almejo a perfeição para o meu par, assim como, e principalmente, aos olhos de Deus, ainda que tenha consciência de que estou muito longe disso...
    A qualquer sinal de angularização de um triângulo, por mais inocente que possa parecer, pulo fora! Não dou conta disso, não quero que ninguém se envolva comigo enquanto meu coração está comprometido e ocupado! Também não tenho interesse de deixar-me encantar por outra pessoa que não seja a pessoa que está ao meu lado... Pois isso não é difícil, o mundo está cheio de pessoas muito especiais, cheias de dons e qualidades que podemos admirar, sem nos deixarmos encantar e envolver...  Aquele com quem divido meus dias tem virtudes suficientes para ensinar-me, diariamente, a ser um pouquinho melhor.
    Algumas vezes somos meros espectadores da formação desses ângulos que formam um triângulo... Não sabemos ao certo como agir... Damos alguns sinais de insatisfação, mas também não podemos nos responsabilizar pela escolha do outro. É importante lembrar, contudo, que a grande maioria de nossas escolhas, importa em uma renúncia... 
    Certo é que um triângulo sufoca o coração e o melhor mesmo é deixar ele RESPIRAR! 
    Da minha parte, procuro valorizar o que tenho, ser grata pelas coisas como são e ser menos queixosa, e tenho muito o que melhorar nesse último quesito... Não idealizar a relação ou relações, e também "não ver chifre em cabeça de boi". Certas vezes a intuição fala tão alto que isso fica realmente difícil, mas, como dizem nossos camaradas Beatles... LET IT BE!
    De toda sorte, recomendo aos homens e mulheres, que antes de criarem expectativas, ou deixarem-se envolver, deem uma olhadinha discreta para as mãos da pessoa, seja na direita ou na esquerda, muitas vezes está estampada uma relação, então respeitem: a pessoa e aquela com quem esta tem uma relação. Ser responsável por um descaminho ou dificultar o caminho de alguém pode ser um fardo pesado! Não coloquem nada nas entrelinhas, apenas observem, até a saga Crepúsculo tentou engendrar um triângulo, mas o amor venceu e a amizade, por outro lado, prevaleceu!
    E para quem sofre com alguma dessas dores...



quarta-feira, 12 de setembro de 2012

Meus irmãos...

A poucos dias foi comemorado o "Dia do Irmão", mas confesso que nunca havia celebrado a data e tampouco sabia de sua existência em nosso calendário. Nada mais justo! Celebramos o dia das mães em maio, o dia dos namorados em junho, o dia do amigo em julho, dos pais em agosto... Faltava mesmo comemorarmos o dia do irmão! Afinal, são essas pessoas com quem dividimos a maior parte de nossas existências, são eles que, seguindo a ordem natural da vida, nos veem crescer, evoluir e envelhecer... Muito mais do que nossos próprios pais! Aliás, quando estes se forem, teremos apenas uns aos outros. E como precisaremos uns dos outros!
Soube da data pelas redes sociais, e foram elas que possibilitaram que eu pudesse dar um "abraço virtual" em cada um dos meus irmãos. Isso fez com que eu me deparasse com uma situação que, passados alguns dias, me surpreendeu bastante. Publiquei no mural do meu facebook uma espécie de "cartão" pelo dia do irmão, daqueles que bombardeiam a rede por qualquer motivo, mas não dei o abraço que deveria em minha irmã e também não dei um telefonema ao meu irmão pelo NOSSO DIA.
Gente! Facebook, orkut, twitter não substituem, podem complementar, mas NÃO SUBSTITUEM! Tenho um amigo que costuma dizer que se o mundo tivesse tantos cristãos quanto aqueles que anunciam mensagens de Jesus e dos santos no facebook, o mundo seria bem diferente. De minha parte, sei que preciso repetir isso muitas vezes na frente do espelho e retomar minhas amizades também por SMS, telefonemas inusitados e visitas inesperadas! Preciso praticar mais as mensagens que publico e também preciso ser menos ciumenta com o site! Sim, até isso!!!
Conheço pessoas que preferem suas vidas virtuais do que suas próprias realidades. Chegam em casa, trocam algumas poucas palavras com a família, mas bombam no facebook! Eu mesma já perdi momentos bastante proveitosos em família por conta dos bate-papos e afins, já tive "D.R." por conta do site e até já deixei de render mais no trabalho pelo mesmo motivo! Preocupante! Já pensei em cancelar a conta, em ser mais disciplinada em sua utilização, mas ainda não atingi os níveis esperados.
Deu saudade das cartas que trocava com minhas amigas na adolescência, dos bilhetes românticos, dos cartões dentro de envelopes e até do "tele-car" no aniversário, apesar de hoje em dia ser considerado totalmente "out"... Tudo isso fazia com que dedicássemos mais tempo uns aos outros, mais carinho, mais atenção!
Negligenciamos nossos laços, perdemos os abraços, virtualizamos o que sentimos, modernizamos nossas afeições sem, contudo, termos encontrado um software capaz de nos fazer sentir como um olhar, um carinho, um beijo e um aconchego nos faz sentir. Modernidade líquida, tempo líquido e complexidade, o abismo necessário para que pudéssemos nos reconectar com o que verdadeiramente nos faz sentir vivos e diferentes das máquinas que manuseamos: o AMOR.
Confesso que cheguei a procurar uma citação que coubesse neste trecho em meus livros do mestrado, sobre complexidade, sobre modernidade, sobre a necessidade de despertar na humanidade um novo olhar sobre todas as coisas, um olhar mais humano, de AMOR sobre tudo e sobre todos, de conexão e de troca. Não encontrei, mas me recordei de um texto de beleza inigualável que traduz tudo isso muito bem:

"Ainda que eu falasse as línguas dos homens e dos anjos, e não tivesse amor, 
seria como o metal que soa ou como o sino que tine.
E ainda que tivesse o dom de profecia, e conhecesse todos os mistérios e toda a ciência, 
e ainda que tivesse toda a fé, de maneira tal que transportasse os montes, e não tivesse amor, nada seria.
E ainda que distribuísse toda a minha fortuna para sustento dos pobres, 
e ainda que entregasse o meu corpo para ser queimado, e não tivesse amor, nada disso me aproveitaria.
O amor é sofredor, é benigno; o amor não é invejoso; o amor não trata com leviandade, não se ensoberbece.
Não se porta com indecência, não busca os seus interesses, não se irrita, não suspeita mal;
Não folga com a injustiça, mas folga com a verdade;
Tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta.
O amor nunca falha; mas havendo profecias, serão aniquiladas; 
havendo línguas, cessarão; havendo ciência, desaparecerá;
Porque, em parte, conhecemos, e em parte profetizamos;
Mas, quando vier o que é perfeito, então o que o é em parte será aniquilado.
Quando eu era menino, falava como menino, sentia como menino, discorria como menino, 
mas, logo que cheguei a ser homem, acabei com as coisas de menino.
Porque agora vemos por espelho em enigma, mas então veremos face a face; 
agora conheço em parte, mas então conhecerei como também sou conhecido.
Agora, pois, permanecem a fé, a esperança e o amor, estes três, mas o maior destes é o amor.
(1 Coríntios 13:1-13)

Aos meus irmãos não seriam suficientes as palavras, somente a prática diária desse amor que eu, em minhas imperfeições, ainda tenho tanta dificuldade de realizar.
Irmãos são um elo indescritível com o amor, com nós mesmos, com o nosso passado e as nossas vivências. Quem tem bons irmãos sabe do que eu estou falando e não desejaria para seus filhos nada menos do que , no mínimo, um irmão. 
Felizmente, os que não tem irmãos de sangue, a vida proporciona, através da amizade ou na figura de um primo próximo, um laço também muito forte, de irmãos de coração! E aí sim minhas mãos não dariam conta de contabilizar os meus irmãos e minhas irmãs... São mais de mil amigos no facebook, mas amigos-irmãos não chegam a tanto, ainda assim, prefiro a realidade à virtualidade! 

segunda-feira, 3 de setembro de 2012

Missioneira

Existem músicas que tocam profundamente em nossa alma. Muitas podem fazer o corpo dançar, o pé bater incessantemente, mas quantas realmente conseguem alcançar a profundidade do nosso ser? Músicas que marcam momentos, que embalaram emoções, se tornam, por um motivo ou por outro, melodias especiais, que parecem contar pedaços da nossa própria história!
Existe uma música, em especial, pela qual tenho muita afeição. Gosto muito de cantar toda a sua poesia. Chama-se "Missioneira". Sei que a música era interpretada por Jane Keli, mas não sei se é sua também a autoria. Cantarolava essa música desde os 12 anos, acompanhada de um excelente violeiro. Cantava com vontade, e até mesmo com certa técnica, pois fazia aulas de canto, mas foi somente depois de amadurecer em mim uma verdadeira gana missioneira que senti o corpo inteiro a se arrepiar e meu coração a vibrar juntamente com minhas cordas vocais.
Hoje uma amiga distante me pediu a cifra dessa musica e me fez perceber que não faz muito que seus versos passaram a mexer profundamente com os meus brios. Uma valentia, um sentimento de dignidade pela nossa história, pelo meu chão! Orgulho, por ter nascido gaúcha, por ter nascido MISSIONEIRA.
Pude, então, contemplar os melhores sentimentos pelas minhas raízes. Enquanto criança e parte de minha adolescência participei de invernadas artísticas, estudei a história do Rio Grande do Sul e da Região das Missões, mas pouco me sentia como parte viva dessa história. Gostava dos vestidos rodados desde os 02 anos de idade, mas não compreendia muito bem porque me sentia mais forte e ao mesmo tempo mais doce ao usá-los.
Durante a juventude estudei histórias outras que despertaram em mim o desejo de conhecer diferentes continentes, de viajar o mundo, para, passado algum tempo, retornar às minhas gratas origens e visitá-las para compreender-me melhor enquanto pessoa, enquanto índia, enquanto gaúcha.
Temos uma herança que mescla a pureza dos índios missioneiros com a bravura dos gaúchos e a ousadia dos ladinos. Darcy Ribeiro analisando a civilização das Américas, refere que apesar das rivalidades e diferenças, "Todos se ligam, porém, a um único tronco formativo, como resultantes de um só processo de  ocupação e colonização da área que envolveu, principalmente, espanhóis e índios guaranis deculturados  como partes mutuamente complementares de uma mesma sociedade em formação." O Antropólogo refere ainda que seria uma "proto-etnia capaz de amadurecer como etnia nacional dominadora de toda a região se os sucessos históricos posteriores não a tivessem desfigurado e submergido sobre o alude de outras formações." (RIBEIRO, 2007. p. 417) 
Tudo isso possibilitou que nos fosse transmitida uma eloquência que não se repete com facilidade no mundo contemporâneo. Uma fibra decorrente de muitos anos de peleia, em busca de louváveis ideais. Apesar de não acreditar que possam existir batalhas santas, empunhando espadas e armas de fogo, que não há aspiração que valha mais do que a vida do ser humano, e a paz de uma nação, tenho de convir que a Revolução Farroupilha por uma República Rio-Grandense levantou uma bandeira de liberdade igualdade e fraternidade, que até hoje estampa nosso brasão e que muito nos orgulha.
Chamam-nos de bairristas, e o restante do Brasil pouco entende a relação que estabelecemos com a nossa pátria Rio-Grandense. Não é mesmo fácil de se explicar, mas simples de se sentir e de se experienciar, nas rodas de chimarrão, nos churrascos de domingo, na melodia de uma gaita solitária, ao mirar o pampa perder-se em meio às matas nativas, ao contemplar o azul de nosso céu e o pôr-do-sol de um dourado avermelhado sem igual. Próximo à semana farroupilha esses sentimentos parecem ainda mais evidentes, mas o que importa, em verdade, é que os verdadeiros valores farroupilhas possam permanecer em nossos corações setembro adentro, vida afora!
Não domo cavalos, nossa família não possui nenhuma fazenda, meu pai não veste bombachas diariamente, apenas mantém o bigode, mas nem por isso me sinto menos gaúcha. Ser gaúcho vai além das vestimentas, diz com hospitalidade, com cordialidade e também honestidade! E ser missioneira é sentir todas essas coisas com profundidade, gratidão e devoção à divindade.


Por tudo isso eu não canso de repetir...

"Sou missioneira,
Nasci nos sete povos,
Têmperas de aço das forjas de São João
Colhendo frutas e flores no Inhacorá
Terra vermelha, argamassa do meu chão.

Surgi das cinzas dos povoados primitivos,
Sobrevivendo às balas do Vacacaí
Vi sucumbir as reduções no Pirapó
E as plantações ao longo do Comandaí.

Herdei a fibra de guerreira guarani
Minha alma pura tão leve como a gaivota
Quando os valores e princípios vão sumindo,
Eu sou a cepa missioneira que rebrota.

Fui batizada com a Santa Cruz de Lorena
Pele morena, sou a saga missioneira
Carrego a estampa tão corada dos trigais
Sou seiva verde, rainha das ervateiras.

Sou a semente da consciência embrionária
Da natureza que me embala e me carrega
Sou patrimônio cultural da humanidade
Pra ser prefácio, da história que me renega."

* Fotos: Naimara Cardoso Rodrigues

domingo, 26 de agosto de 2012

"Guarda em teu coração..."

"Os olhos são a janela da alma..."  Já escutei essa frase algumas vezes, em diversas situações. Nunca soube quem era o autor da frase. Hoje perguntei ao "Dr. Google" e ele me respondeu ser Leonardo Da Vinci. Não sei se a frase é mesmo de sua autoria e também à mim não interessa engrandecer o autor pelas palavras assim colocadas, mas sim refletir sobre elas e sobre o motivo pelo qual me encantam os olhares.
Quem me olha profundamente nos olhos não sei por que razão, me inspira confiança! Parece nada ter a esconder ou a temer. Quem me olha nos olhos parece dizer, antes de mais nada, e sem precisar verbalizar: "eu realmente estou aqui". Sinto como se a troca de olhares antecipasse se realmente estamos disponíveis e abertos uns para os outros. Pais, amigos, irmãos, enamorados... Enxerguem-se! Olhem mais profundamente. Há muitas coisas guardadas no coração. O olhar poderá dizer algumas delas.
O riso geralmente fala sobre alegrias, sobre felicidade, podendo, inclusive, ser bastante superficial. Tanto que rimos das piadas que nos contam quase que instantaneamente, se a compreendemos a tempo disso.
O olhar é diferente. Diz com profundidade, tem a ver com verdade. Nossas verdades, como nos sentimos, como anda o nosso coração. Tanto é assim que dificilmente encontramos uma imagem de Cristo com um sorriso. Mas o olhar é sempre de misericórdia, de compaixão, de amor!
Confesso que são poucas as pessoas que eu SINTO como se VERDADEIRAMENTE ME ENXERGASSEM. Como se pudessem ver também a minha alma, minhas alegrias, minhas dores, minhas tribulações... E como parecem enxergar todas essas coisas, essas mesmas pessoas parecem da mesma forma compreender o que levo no coração, sem julgamentos ou conclusões, apenas com AMOR.
Mas também não é sempre que elas me enxergam, por algumas vezes, somente me veem, me olham por mais um tempo, até que desviam o olhar. Eu mesma certamente já fiz o mesmo. Não há como negar que todos carregamos muitas cegueiras espirituais. Talvez por isso desviamos o olhar. 
Quantas vezes preferimos não enxergar? Quantas vezes passamos o olhar sobre a verdade sem defrontá-la? Eu tenho buscado manter meus olhos e coração abertos, olhar as pessoas mais profundamente, para que elas possam sentir-se como eu me sinto com umas poucas: amada e compreendida. Para viver na verdade, encarar meus medos, minhas inseguranças... Olhos abertos, coração com mansidão e disposição!
Por isso quando quero dizer que amo uma pessoa, procuro primeiramente OLHAR para ela. Às vezes só isso já é suficiente. Com minha família funciona bem! Geralmente ainda verbalizamos, como um afago a mais, não que fosse necessário, nossos olhares já teriam dito tudo... 
Quem assistiu "Avatar" legendado pode recordar das declarações de amor feitas entre Jacke e Neytiri, casal protagonista do filme, sucesso de bilheteria: "I see you..." Querendo dizer um milhão de coisas além da visão.
E assim tem sido comigo nos últimos dias. Os olhares (ou a falta deles) tem me dito muitas coisas. Tenho procurado guardar essas coisas em meu coração, até mesmo porque, olhares à parte, "nem tudo é o que parece"... Nem sempre encontraremos as respostas que nosso coração procura no olhar do outro! Quando isso acontece comigo tem apenas um olhar que me diz que eu posso confiar, que o amor e a esperança valem mesmo à pena...

quinta-feira, 23 de agosto de 2012

Uma linha muito tênue...

Já faz muito que tenho refletido sobre quando começa a comodidade. Sim, pois como crente na Divindade, tenho para mim a vontade de Deus, na certeza de que Ele sabe o que é melhor para mim, muito mais do que eu mesma sei. Mas às vezes me parece uma linha muito tênue a que separa a conformidade com a vontade de Deus da comodidade. A partir daí tendemos a fazer a leitura dos acontecimentos para ver onde a vida está nos levando, ou qual os planos que Ele tem para nós. Buscamos os sinais de Deus no que podem ser, em verdade, nossos desejos ou comodidades.
Quantas vezes já não escutamos "Deus quis assim", ou ainda "Essa foi a vontade de Deus". Tudo bem, há momentos em que essas frases são bastante consoladoras. Quando sobrevém a morte de uma pessoa que nos é muito querida, quando perdemos uma oportunidade que parecia ser uma "baita oportunidade", quando termina um relacionamento que "tinha tudo para dar certo"... Mas aquelas frases que escutamos são, muitas vezes, mal empregadas. Usamos para justificar nossas comodidades, para não enfrentarmos nossas dores e não cavocarmos tão fundo para descobrirmos a origem delas: a falta de amor, que, em algum momento, nos deixou uma marca.
Menosprezamos nossas dores. Buscamos respostas, o porquê do sofrimento, sem nos lembrarmos que é das dores do parto que nasce a vida. A dor faz parte do processo, do aprendizado e da própria felicidade. Nada é mais natural que o sofrimento, e por ser assim tão natural é que temos como uma capacidade nata a de transcendê-lo, superar a dor, e ainda tirar dela grandiosas lições.
É também oportunidade para praticarmos as virtudes do céu, como a paciência, a sabedoria, o equilíbrio e a esperança. Sem falar nas faltas que já cometemos, na remissão de nossos pecados diários. Pensando assim, dá até para sentir afeição pelas nossas dores, aceitá-las com maior sobriedade. Somos assim com nossas cicatrizes, por que não seríamos assim com as dores de nossa alma?
Quem não tem um amigo que já não contou uma história sobre uma cicatriz? Eu tenho uma pequena cicatriz no queixo de uma vez em que caí em uma quadra de pedras britas por correr atrás de um amigo que roubou a bola do jogo das meninas (minhas amigas adoravam quando eu contava essa história). Provavelmente ele também tenha ficado com alguma cicatriz relacionada ao mesmo acontecimento, pela qual ainda não tive a oportunidade de me desculpar. Fui uma menina muito moleca, daquelas pelas quais os meninos tinham bastante respeito (para não dizer medo mesmo!). O meu amigo? Nunca mais o vi. No fim, não pude nem continuar jogando com a bola que havia resgatado. Fui parar no hospital!
Mulheres bem resolvidas têm o mesmo sentimento com suas marcas de expressão. Orgulham-se delas como quem orgulha-se da própria empreitada.
Marcas e cicatrizes que contam pedaços de nossas histórias, que curam com o tempo e uma boa pomada cicatrizante.
E as dores que causamos ao nosso coração? E as dores que causamos no coração de um outro alguém? Quanta responsabilidade! Machucar a alma de uma pessoa, que dura uma eternidade... Claro que, sendo bastante otimista, ela terá oportunidade de, por si só, curar a dor através do perdão e da compaixão. Mas isso nem sempre acontece. 
A parte que mais me recordo da mensagem narrada por Pedro Bial, chamada "Filtro Solar" é o trecho que diz: "Não seja leviano com o coração dos outros. Não ature gente de coração leviano." (quando meus joelhos incham lembro também da recomendação: "Seja cuidadoso com os seus joelhos.")
Acho que não temos tempo suficiente para sermos mais cuidadosos com o coração das pessoas (que, até anatomicamente é mais importante que um joelho!). A gentileza acaba nos atrasando em nossos compromissos. A caridade então? Nem se fala! A paciência, sempre prolonga as consultas no escritório ou consultório. Escuta silenciosa? No horário da novela! Fala amorosa? Em retribuição aos agrados que recebemos. Já a atenção é esforço sobrenatural.
E assim, diariamente, deixamos de construir um coração mais aberto, um ser humano melhor e uma sociedade mais altruísta. Mas... Como voltei a sonhar, posso dizer que isso é possível acontecer: Dias melhores, superadas as nossas dores. Passado o inverno da alma, há de chegar a primavera. E já não passaremos pelos Ipês da Avenida Brasil, no centro de Santo Ângelo, sem percebê-los e admirá-los...
Importa é saber que assim como amar vale à pena, aceitar nossas dores, também vale! Não falo em lamentações, inconformidades, desespero ou depressão. Antes justamente o contrário. Observar nossos sentimentos e transformá-los em nosso coração. Passar todas as impurezas por um filtro chamado AMOR! Perdoar, arrepender-se, pedir perdão. E, aí sim, aceitar a vontade de Deus. Aos poucos o fardo vai ficando mais leve, se não voltarmos a carregar os mesmos pesos.
A vontade de Deus não é qualquer coisa que você aceite em sua comodidade. A vontade de Deus é a nossa felicidade, como reflexo de nossa vocação maior: o amor, em resposta a um coração aberto capaz de transmitir paz e amor à toda criação, à toda criatura, que é incapaz de machucar o coração de outra pessoa. Aliás, nada tem a ver com comodidade. É necessário muito esforço, muita renúncia à própria vontade. É preciso sacrificar muitos impulsos e reações. Tem gente que conta até 10, sem transformar os eventos dentro do coração. Outros ainda que respiram fundo para não "partir para cima" do ofensor.  Jesus deu a outra face! Tudo bem que as técnicas podem até ajudar a acalmar os ânimos, mas podem trazer grandes prejuízos ao coração se permanecer qualquer resquício de mágoa, tristeza ou raiva.
A minha maior dificuldade é exercitar o discurso com as pessoas mais próximas, com quem convivo bastante. Hoje mesmo, não passadas 3 horas do momento em que acordei, já devo um pedido de desculpas. Sorte que foi tempo suficiente para arrepender-se. Quero ser melhor! Para as pessoas que convivem comigo e para que eu mesma não precise carregar tantos pesos. Quero ser melhor com o meu coração. Nisso me ajuda a oração ou a meditação (que deveria praticar mais). A caminhar para o céu. E não falo em um céu azul de nuvens fofinhas onde pudesse me sentir bem, mas no céu do amor, onde a paz já não mais de explica, e você não apenas se sente bem, mas pratica o bem!
Tenho para mim que Deus nos quer FELIZES, mas que a felicidade não é fácil de se construir. Pode ser simples, mas nem sempre é fácil. Importa em uma consciência tranquila e um coração aberto. E para isso é preciso compreender nossas dores, aceitá-las, transformá-las. Necessário assumir nossos erros, empenhar-se em vencer nossas dificuldades e defeitos. Assumir nova postura. Amar! AMAR! A mensagem da cruz não termina na paixão, e sim na RESSURREIÇÃO!
Mas essa é apenas é a minha forma de sentir as minhas dores, meus amores e minha vida...

domingo, 19 de agosto de 2012

Da janela do meu quarto...

Quando eu era criança tinha o costume de sentar na janela do meu quarto com as pernas para fora. Minhas vizinhas mais velhas, em especial a Dona Antônia, ficavam malucas! Não era de se espantar, afinal, eu tinha em torno de 7 ou 8 anos e meu quarto ficava no segundo andar de um sobrado em um daqueles bairros onde toda criança deveria crescer.
Me lembro até hoje a sensação... Depois de algumas lições e corretivos, não voltei mais a sentar em janelas altas. Só o fazia se tivesse certeza de que não tinha ninguém olhando, pois havia se tornado algo proibido, e porque os 2 andares na infância viraram 7 na adolescência.
Hoje, depois de tanto fintar a janela, me permiti sentar sobre ela.Queria retomar, 20 anos depois, aquela mesma sensação: expirar a liberdade, daquela que vem de dentro e nos faz olhar mais longe, contemplar o horizonte e o infinito. Não pude sacudir os pés como eu gostava de fazer, pois a janela tinha telas, mas voltei a sentar em janelas! E não quero mais perder esse hábito, pois me faz um bem tremendo. Estou até pensando em trocar a cabeceira da minha cama por uma janela, em moldes artesanais, que tanto sucesso tem feito em projetos de decoração de ambientes, assim poderei também dormir na janela!
Brincadeiras à parte, é chegado o tempo de resgatar e reviver coisas antigas. Maravilha! O encontro com a sensação de infância me fez retomar outra coisa que me faz bem: escrever.
Desabafo com o papel como quem desabafa com um amigo de escuta silenciosa, e isso também me traz a mesma sensação de liberdade. Permite que eu mesma me escute. Em diálogos ou conversas, muitas vezes escutamos mais o outro do que nosso próprio coração. O outro sempre tem algo a dizer. E, dependendo de quem é o outro, você terá mesmo algo a aprender. Algo que você deveria escutar, e que o fará acordar para aquilo que está dentro de você. Acontece seguidamente comigo. Provavelmente porque ainda tenho muito a aprender. Todos temos. Mas todos precisamos, principalmente, conversar com o nosso coração. Escutar o que Ele tem a nos dizer.
Mas, voltando à janela, ou ainda andes dela, ao que me fez pegar o impulso para sobre ela me sentar. Foi algo que também não fazia há algum tempo: ler. Simplesmente pelo prazer da leitura. Algo leve, que me fizesse sorrir. O título era entusiasmante: "Nunca desista de seus sonhos", e o autor, Augusto Cury, já me havia sido recomendado por uma grande amiga, Paula, que, por sinal, é uma amiga de escuta silenciosa e muito amorosa, sempre!
O livro eu ganhei de presente recentemente, de outra grande amiga (esta de escuta um pouco mais falante, mas que amo bastante! rss), em um momento muito especial da minha vida, que foi a apresentação/defesa de minha dissertação de mestrado. 
A apresentação, apesar do nervosismo, transcorreu tranquilamente... O que não consigo esquecer foi a emblemática frase pronunciada por um dos examinadores da banca: "VOCÊ É UMA SONHADORA!" De cara me emocionei. O examinador não havia lido apenas as mais de 200 páginas de minha dissertação, ele havia ME LIDO, em um capítulo que eu mesma às vezes deixo esquecido: a capacidade de sonhar.
E o livro com o qual eu fui presenteada fala um pouco disso, e traz, em seu primeiro capítulo, aquele que ele chama de "O maior vendedor de sonhos de toda a história". Seu nome? Jesus!!! Confesso que não gostei muito de sua definição, mas a mensagem, ainda assim, de uma forma ou de outra, tocou o meu coração.
Nunca havia contemplado Jesus como um sonhador. Antes como um realizador, de grandes atos de amor e em prol do amor. Mas foram os seus atos, despidos de maldades e preconceitos, que permitiram que muitos de nós sonhassemos. Excluídos, oprimidos e aqueles que sofrem puderam e PODEM SONHAR, com dias melhores, com uma eternidade de felicidade e liberdade, através da conversão de seus corações para o BEM e para o AMOR ao próximo.
Foi a sociedade de consumo que nos impôs a idéia de que precisamos de muitas coisas para sermos felizes. A felicidade, diferente disso, é possível como muito pouco. É mais simples com pouco! Pode parecer fácil falar para quem aparentemente "tem tudo", mas não podemos esquecer que todos temos nossas misérias...
Noites escuram que abafam nossa capacidade de sonhar, de sermos felizes, como se a vida tivesse muitos fardos que não temos outra escolha a não ser CARREGAR! Nem sempre é fácil compreender o sofrimento, aceitar a nossa cruz, assim como fez Jesus, que, até a sua última gota de sangue, aceitou-a com coragem e amor por todos os seus irmãos. Mas isso não nos impede de sonhar e desejar que sejamos melhor em amor e também em nossas dores.
Ensinamento grandioso o de Cristo: "Porque, onde está o teu tesouro, aí estará também o teu coração." (Mt . 6,21). Sejamos ricos em amor, caridade, paz e bondade, mas sejamos também GRATOS por essa abastança. Eu sou grata à Deus por muitas coisas, mas, hoje, sou especialmente grata pelas janelas e pela capacidade de sonhar!
Uma boa semana para todos!
Lu