Queria ter
encontrado meus álbuns de fotografia de quando era criança antes de começar
essas linhas, a fim de recordar um pouquinho o sabor da infância. Infelizmente,
não foi possível. Não os encontrei! Mas ao olhar para o mural que existe na parede,
sobre a mesa onde escrevo essas palavras, pude reviver muitas coisas que, além
de sabor, trouxeram também o aroma, a doçura e todo o resto.
No mural,
fotos de algumas das crianças que enfeitam a minha vida, uma foto em que eu
tinha mais ou menos 4 anos de idade e outras fotos minhas, já adulta, um tanto
infantis, acompanhada de amigas e família. Mas não compreendam pejorativamente
a expressão. São fotos em que, mesmo adulta, me permiti ser criança. As fotos
mostram uma pessoa em torno dos seus 27 anos, brincando, vestindo um chapéu engraçado,
fantasiada, e até de olhas e bigodes de coelho, na última páscoa. Em todas
elas, o melhor de mim: meu lado criança. As fotos traduzem uma alegria que
gostaria de carregar sempre comigo e que todos deveríamos resgatar diariamente.
Pois as coisas
infantis não são tolas. Pelo contrário! A graça infantil corresponde àquilo que
é pouco complicado, que é puro e fácil. E nada mais sábio do que isso! Não é à
toa que Jesus nos ensina que devemos nos tornar como crianças para entraremos
no Reino dos Céus.
Mas confesso
que hoje, especialmente, ficou mais fácil escrever sobre isso, pois no final de semana que passou convivi com uma criança encantadora, que me deixou com muita ternura no
coração. Por isso é que, assim como o texto, a alegria parece fluir em sorrisos
largos, só de recordar. Não tinha comprado nenhum presente, nenhum brinquedo para ela... Não precisou! Algumas tiaras com anteninhas que encontrei em casa foram suficientes para divertí-la por um bom tempo... Mas o que ela gostou mesmo foi de pegar estrelinhas no céu para que pudéssemos brilhar, assim como as estrelas! Assim ela iluminou também o meu coração!
Ainda não
tenho filhos, mas curto e compartilho os filhos de pessoas que fazem parte da
minha vida – para além do facebook. Eles
me trazem FELICIDADE. Sobre isso comentava com uma amiga: crianças são sorrisos
de Deus em meio ao mundo, e, por isso, nos fazem sorrir. Aliás, cuidado! Se o seu
coração não afrouxa diante do sorriso ou olhar de uma criança, é porque ele
anda com mais nós apertados e sufocantes do que laços suavemente carinhosos...
Minha amiga
também mencionou comigo que certo dia ela percebeu pessoas no trânsito, que antes
estavam bastante sisudas, sorrindo com as brincadeiras de sua filha na calçada.
Tantas lições a aprender... Se deixássemos cada pessoa com quem
convivemos com a alegria com que nos proporciona uma criança, com certeza a
vida seria mais fácil, a rotina mais leve e os dias mais doces. Aliás, minhas amigas me deixaram assim no sábado, foi ótimo! Não precisamos nada além de uma pizza, um brinde, em casa, de pés descalços, atiradas sobre um sofá! Assim que esse anjinho com quem convivi esse final de semana foi pegando no sono, enquanto acariciava a minha orelha de um lado, e da mãe dela de outro!
A fotografia,
de certo modo, nos permite esse mesmo resgate. Faz com que nos recordemos de
nossas experiências, que revivamos momentos mas, sobretudo – quando nos
colocamos a contemplar aquelas imagens já amareladas –, nos faz lembrar que
todo ser humano já foi uma criança cheia de esperanças, e que sabia, como em
nenhuma outra fase de sua vida, ser FELIZ.
O adulto de
hoje, ocupado demais com seus compromissos, quando criança, já interrompeu o
gostoso soninho da manhã só para ver o episódio do pica-pau na televisão. A mãe
de família não coloca açúcar na mamadeira do filho por diversas razões, mas
gostava mesmo de seu leite bem docinho e achocolatado, se possível. O padre já
soltou pipa e a madre já brincou de amarelinha. A professora já aprontou das
suas, já trocou papel de carta. Minha irmã, por exemplo, adorava ser co-pilota de um
helicóptero imaginário que, em verdade, não passava de uma árvore de sinamomo. Eu colocava todos meus ursinhos para dormir, os cobria, mas não dormia abraçada com nenhum! Contudo não resistia... Sussurrava baixinho no ouvido do meu "favorito" que gostaria muito de dormir abraçadinha com ele, mas que não o faria pois os outros poderiam ficar sentidos!
Reencontrar a nossa
criança interior, permitir-se brincar, rir, manter-se puro pode auxiliar no
caminho... Nos deixarmos cativar pela ingenuidade dos sorrisos e a inocência
dos olhares desses pequeninos, que em tantos aspectos são imensamente maiores
do que nós, adultos, também!
Ah... Obrigada Lu, Jú e Rafinha pela noite de sábado maravilhosa!
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