sábado, 28 de novembro de 2009

Percorrendo a rosa dos ventos...

Até mesmo para escrever idéias vagas a gente precisa de certa forma organizar o pensamento! Podemos deixar sim o texto fluir, mas ninguém procura escrever se não tem nada a dizer! Na verdade, acho que não é necessariamente assim! Eu, aparentemente, não tenho mesmo nada a dizer, pois acho que no momento nada seria inteligente ou profundo o bastante! Para preencher, fazer refletir... Nada provém do nada, ou do nada, só pode provir nada mesmo! E eu busquei o nada em tantos momentos que agora ele me assusta! Quando parei para refletir, meditar, fazer minha oração... Eu pedi para que Deus aquietasse o meu coração e meus pensamentos – estes principalmente! Eram eles que geralmente ficavam perturbando o sossego que eu queria encontrar, migravam de norte a sul em fração de segundos, à leste encontravam um tanto de futilidades e ao oeste algumas inverdades... E eu percorria mesmo, toda a rosa dos ventos! E agora, em meio à uma tarde chuvosa eu me deparo com o NADA! Com o vazio improdutivo! Não era este que eu buscava! Deve haver inquietude em tudo isso! E o suposto “nada” parece mais ser um conglomerado de perguntas sem respostas! Bingo!
Não pensar em nada, não querer nada, sentir-se nada! Alguém interessado em trocar o “nada” por alguma virtude que tenha utilidade pública?
Não quero enterrar os meus talentos. Nem servir-me deles em vaidade! Quero descobrir neles (que são poucos) um caminho que possa fazer bem também a um outro alguém!

Percorrendo então a rosa dos ventos encontrei um navio de partida. Demorei a perceber que a bombordo haviam alguns resquícios de um passado remoto, e no estibordo desejos profundos de felicidade sem fim! Mas o vento pode nos levar por caminhos tortuosos se não decidirmos comandar o leme com o coração! Importante, porém, acreditarmos que independentemente do percurso, das tempestades, da maré e das ondas fortes, se há AMOR, logo algum marujo vai gritar, bem do alto da gávea em meio a um pôr-do-sol deslumbrante: “Terra à vista!!!” E pode confiar, será uma prainha encantadora, e se chamará: FELICIDADE!



Isso porque não deixei o nada perturbar o meu sono! Escutei pacientemente as minhas inquietações e ponderei suas reivindicações como um mediador disposto a fazer um acordo em que todos saíssem satisfeitos! Não me preocupei com o rótulo de que somos eternos insatisfeitos e chegamos a um acordo: Estarei atenta às minhas inquietações, enquanto estas, não me privarão de viver a todas as coisas conforme todo o conglomerado de emoções, sentimentos e valores que elas já conhecem muito bem!



As vezes não temos que optar por um caminho ou outro, basta apenas vivermos o caminho do meio!